A região continuará sendo uma das mais quentes do estado ou as temperaturas cairão? Qual o tipo de vegetação que predominou no passado, que predomina hoje e quais predominarão no futuro? Essas são algumas das questões que a equipe do Laboratório de Estudos Paleoambientais da Fecilcam (Lepafe) pretende responder, debruçando-se sobre os sedimentos do cerrado, localizado na região de Campo Mourão.
A pesquisa faz parte de um projeto aprovado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em parceria com o Lepafe e com o pesquisador Luiz Pessenda, professor auxiliar da Universidade Estadual de São Paulo (USP – Piracicaba), responsável pelo Laboratório de Carbono 14 de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), único em atividade na América Latina. O pesquisador Pessenda, de acordo com Mauro, vai realizar toda a parte isotópica do trabalho, ou seja, fazer as datações do carbono 14 (C-14) e análises do carbono 13 (C-13). É a existência desse carbono, C-13, que determinará se houve o predomínio de campos ou florestas na área estudada.
O Lepafe vai fazer a análise do pólen e de fitólitos (partículas de sílica amorfa que se acumulam entorno ou dentro das  células dos tecidos vegetais), presentes nas colunas sedimentares estudadas. “A partir do pólen e do C-13 conseguiremos determinar  a vegetação do passado”, explica o professor Mauro. É através dessas verificações que os professores conseguem estabelecer as condições climáticas do passado e prevêem um modelo para o futuro. “Queremos fazer uma modelagem do comportamento climático da nossa região”, reitera Parolin. “Conseguimos verificar as condições do clima de 25 mil anos atrás”, complementa o professor Luiz.
Enquanto fazem as avaliações, o professor Luiz ensina novas técnicas à equipe do Lepafe. A estagiária do laboratório, Rosimary Tuzi Domicialiano, vai passar duas semanas no CENA, aprendendo novas técnicas de pesquisa, coleta, preparação de material e procedimentos laboratoriais. Para os professores envolvidos no projeto a explicação do comportamento climático do passado é de fundamental importância para se estabelecer modelos que possam nortear o tipo climático no futuro.