O objetivo é incentivar os jovens a ingressarem no Ensino Superior

A Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão (Fecilcam) promoveu nesta segunda-feira, 7 de junho, a palestra Desenvolvimento Regional: Os caminhos da Fecilcam rumo à universidade, ministrada pela assessora de Assuntos Comunitários, Ingresso e Permanência, professora Áurea Andrade Viana de Andrade. A palestra, realizada em parceria com a Uprescam Mulher, reuniu estudantes do Ensino Médio dos Colégios Estaduais Manuel Bandeira, do Jardim Alvorada; Novo Horizonte, do Jardim Santa Cruz e Dom Bosco, do Lar Paraná.
Durante a palestra, a professora Áurea expôs o diagnóstico socioeconômico da Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (Comcam), que aponta uma grande concentração de renda. “Altamira do Paraná, por exemplo, possui 52% da população em situação de miséria, ou seja, poucas pessoas concentram a renda do município”, exemplifica. Outro dado abordado foi o índice de analfabetismo, os estudos realizados pela instituição apontam que dos 322 mil habitantes da Comcam, 55 mil são analfabetos. “Campo Mourão tem 10% da população analfabeta, é um número grande, corresponde a 8 mil analfabetos, que não possuem escolaridade nenhuma”, destaca a professora.
Áurea reitera a baixa escolaridade afirmando que a maior parte dos alunos da Fecilcam possui pais que não completaram o Ensino Médio, conforme indica o perfil traçado dos mesmos. “Nossos estudantes são de famílias de baixa escolaridade. Mais da metade deles responderam que trabalham para complementar a renda da casa e, desses, 20% precisam trabalhar para estudar e se manterem numa faculdade pública”, afirma, explicando que foi devido a esses fatores que houve a redução da taxa do vestibular.
De acordo com a professora, a socialização do diagnóstico socioeconômico da região e do perfil dos estudantes da Fecilcam serve para abrir um debate com os estudantes do Ensino Médio, mostrando aos mesmos que o desenvolvimento de uma cidade depende do grau de instrução de seus habitantes. O Secretário Geral da instituição, professor Sérgio Maybuk,  também aproveitou o momento para reforçar os objetivos da instituição, que é facilitar, estimular e incentivar os adolescente a ingressarem na faculdade, por isso, além da redução da taxa do vestibular, a ampliação do diálogo entre a Fecilcam e a comunidade.
Que universidade queremos?
A implantação da nova universidade, da qual a Fecilcam faz parte, a Universidade Estadual do Paraná (UEPR) também foi tema de discussão. A professora Áurea ressaltou a importância de se conhecer a região para, então, pensar na instituição como universidade. “Não dá para pensarmos em universidade sem pensarmos na região que nos encontramos. Em quem região estamos? Rica, extremamente desigual? Temos inúmera pessoas analfabetas, que ganham pouco. Através desses dados é que devemos discutir a nossa universidade, buscando meios de sanar as necessidades dos municípios”.
Em busca do desenvolvimento econômico, social e humano é que a faculdade tem firmado parcerias com sindicatos, igrejas, representantes de bairros, entre outros, como a Uprescam Mulheres, visando o ingresso de mais jovens no Ensino Superior. Além dos citados, estavam presentes no evento as representantes da Uprescam Mulheres, Fátima Vidal e Marly Formentine e a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Zulméia Aparecida Silva.